Academia de Parentalidade Consciente

10 sugestões para férias com conexão

“as crianças precisam de conexão não de coação”
  1. férias 2016: Missão “Descomplicar”!

Deixa ficar em casa preocupações, rigidez e a tendência para “catastrofizar”. Descomplica o mais possível, põe na mala bom humor, boa disposição, aceitação, boas energias ( são contagiosas!)

  1. Se estás presente e disponível, então está presente e disponível

Os filhos vão exigir a tua presença a toda a hora e todo o momento vai ser perfeito para brincar com a mãe, para estar com o pai, que, por sua vez, querem desesperadamente uns minutos de silêncio ao sol, a ler, a descansar. Gere com verdade e honestidade os momentos. Negoceia e explica, em linguagem pessoal. Alterna com o pai ou outro familiar os momentos de brincadeira com as crianças, se possível. Mas quando estás com eles, está por inteiro, com todos os teus sentidos e alegria, a tirar o mesmo partido do que eles, a ouvi-los, a criarem uma ligação.

       3.  Respeita para seres respeitado

Se possível envolve-os nas pequenas decisões, negoceia o que for possível, pergunta como querem fazer no que for possível, ou pelo menos avisa e explica o que se vai passar a seguir, onde vão jantar ou o que vão fazer na manhã seguinte ou quanto tempo falta para sair da piscina, por exemplo. Praticar o igual valor pode ser mais difícil do que a principio parece e embora haja crianças –  a maioria!  –  que gosta e lida bem com a novidade e mudança, ninguém gosta de ser levado a reboque da decisão “toda poderosa” dos outros (as crianças não são diferentes de nós;))

  1. Seja onde forem as férias, “viaja” até à tua infância…

Sê empática com eles, lembra-te como era difícil sair da água, como era seca esperar no restaurante ou como uma casa diferente te podia intimidar.

Lembrarmo-nos de nós pequeninos faz-nos ter mais compaixão e não entrar em braços de ferro. Também nos faz muitas vezes partilhar com eles as nossas emoções de então (que pouco diferem das deles!) o que os faz sentir aceites – um bálsamo para  a auto-estima!

  1. “Stop! Um animal começado por A…”

Leva /prepara jogos ou atividades para os momentos mais difíceis: esperas, viagens longas, horas de refeição em restaurante, horas de mais calor. Seja jogos de adivinhas, charadas, o velhinho stop ou o desenho por partes, não esqueças de levar na mala papel, lápis , autocolantes, jogos de viagem.

Outra coisa que funciona bem por cá é levar aguarelas e guaches para pintar as conchas e as pedras recolhidas na praia, no fim do dia ou na hora do almoço.

 

  1. Eu cuido de ti

Eles vão ficar excitados, estourados, nervosos. Vão perder o apetite, e deitar-se mais tarde. Normalmente é inevitável e normalmente “descamba” em birras e comportamentos muito desafiantes. Dentro do possível tenta assegurar períodos de descanso extra, estar atenta a que se vão alimentando ao longo do dia,  que bebam água ( a desidratação faz-nos ficar rezingas!) e que tenham momentos de calma no meio de toda a agitação. Este é o verdadeiro poder, a verdadeira superioridade dos pais: prevenir e criar as melhores condições para que eles consigam “portar-se bem” 😉

 

  1. Falar o “dialecto local”

Procura praticar uma comunicação consciente: estabelece ligação, reconhece o que está a acontecer e as suas emoções, fala na primeira pessoa da tua necessidade, pede a colaboração, negoceia se possível, procura chegar a um acordo bom para ambas as partes. (Mais sobre comunicação consciente com a crise já instalada aqui.)

 

  1. Praticar o silêncio ( & confiar!)

Parece um contracenso mas não é. Fala o menos possível. Sê apenas, eles seguem. Dá o mínimo de instruções e comandos, faz apenas e eles seguem. Não massacres com dicas e sugestões  –  “vai, sai, cuidado, desce, sobe, come, veste-te, faz assim, faz assado, mergulha” – nem com informação e perguntas. Pode ser um exercício mágico para a conexão…

 

  1. Para além da fronteira…

Nas férias, muitas vezes, passamos fronteiras, em sentido literal. Muitas vezes, também, passamos alguns limites, em sentido figurado (horários, alimentação, uso de tabletes,etc). Quanto a isso cada um sabe de si. A minha sugestão é que tenhas definido quais são as fronteiras intransponíveis,  os limites não negociáveis, para não haver um “cavalo de batalha” por tudo e por nada. Faz de policia de ti proprio de cada vez que deres por ti a ser intransigente –  se estiveres realmente alinhado com o que consideras ser perigoso, mau para a saúde ou bem estar deles, eles vão sentir essa energia sólida na tua decisão, essas boas razões por trás da  atitude “má” e vão aceitar muito melhor.

 

  1. Deixe a “agenda” em casa

Não leves expectativas, nem ideias feitas do que vão ser ou deviam ser as férias. Acolhe todos os momentos que aparecerem. Tem em mente que nenhum mau comportamento é para te provocar ou desafiar, que nenhuma afronta é, na verdade, sobre ti –  é sempre sobre eles. Quem não está bem não se consegue portar bem. Não leves nenhum “filme cor de rosa” na mala sobre como se devem portar as crianças nas férias nem ideias utópicas de crianças sossegadas  – isso não vai acontecer ( pelo menos a toda a hora!)

 

  1. É a sugestão “extra”

Quando deres por ti a usar um pequeno suborno, uma recompensa ou castigo, a ameaçar que “ou saem imediatamente da piscina ou para o ano não há ferias para ninguém”, se te sentires mais cansada na vinda do que na ida, impotente para lidar de forma consciente com o ataque de nervos n.101, também isso faz parte. Para o ano há mais 😉

recursos & inspirações

educar com mindfulness, guia de parentalidade consciente para pais e educadores, de Mikaela Oven

Mariana Bacelar

mais info sobre a facilitadora: aqui

Se queres saber mais informações sobre a Certificação de Facilitadores de Parentalidade Consciente:

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